Vento de tantas eras que trás de mim antigas cantigas, raças, tradições
O vento que passeia entre paisagens frias, sanguinolentas e sem esperanças é o mesmo que refresca corpos ensolarados à beira mar desvinculado de julgamentos...
Sempre amei o vento e digo pra ele desse amor sem ciúmes ou posse...
Agradeço sua existência porque não imaginaria a vida sem ele que espalha sementes, que faz tilintar os sinos, as folhas das árvores ...
Que soava longe o arrastar das correntes de antigos escravos assim como as buzinas das atuais armadilhas de consumo...
Vento eu te amo...
Vento que com o seu passar alarga as estradas e transforma as maiores cordilheiras em areia e sal...
Que dá sotaque as falas que balança as saias e os cabelos sem importar com o que vai no bolso...
Que amor é esse que me trás lembrança de campos de trigo e de meus cabelos do mesma cor...
Vento que balança as cortinas da casa de meus pais que revisito nas telas da memória onde menina gostava de sonhar nas bolsas fresquinhas que formava entre os tecidos sem desconfiar sequer da mulher que hoje aqui estaria te prestando essa homenagem, sem raça, sem tradições, descalça e de uma universalidade aprendida com você...
ivone
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